Controlar e o boxer VW

Relato do amigo Schivas:

Boa noite a todos. Já aviso que é meio longo, mas vale a pena ler inteiro. E eu sei que tem um tópico sobre isso, mas esse episódio não pode passar em branco.

Como todos sabem (ou uma parcela sabe) eu tenho um Fusca 1967 e meu pai tem um 1978, ambos 1300. Pois bem, o carro do meu pai possui final de placa 3, mas ele deixou passar a data de fazer a inspeção veicular que a prefeitura nos obriga a fazer segundo o que manda a nossa lei de trânsito. Como é de conhecimento de todos, a prefeitura nos obriga a fazer a inspeção mas nao é ela quem faz e sim uma empresa privada – que cobra por isso.

Como um cidadão comum, meu pai ficou um tanto nervoso com a expectativa do carro ser reprovado, e por isso faz a revisão do motor do seu Fusca, gastando R$ 350,00 com o seguinte serviço:

(soma-se a isso, um jogo de cabo de velas trocado posteriormete)

Com o carro “regulado” (entre aspas mesmo, porque para atender aos niveis que o CONAMA exige, deve-se deixar o carro todo desregulado. Alias, de qual fonte oficial que o CONAMA tirou os parametros para emissões de carros antigos?) segue meu pai para o posto da Controlar que fica no Parque São Jorge para a realização da inspeção. E o resultado foooooooooooi… (momento de suspense)

Dever cumprido, a partir de agora pode-se ostentar orgulhosamente o selinho cor de laranja.(afinal, após a epopéia a qual os donos de carros antigos são submetidos pra passar nessa inspeção, quem passa tem que mostrar o selinho orgulhosamente mesmo). Por isso, deixa eu estufar o peito pra colocar a foto a seguir:

Quando eu vi que meu pai conseguiu aprovar o carro dele, nem pensei duas vezes e fiz a proposta de passar o motor do 78 dele pro meu 67, assim a gente economizaria algumas centenas de reais e não teria problema, pois o motor tinha sido aprovado mesmo. Com a proposta aceita, partimos para a troca dos corações dos nossos poisés:

(notem a placa, final 6)

(o coração aprovado)

(descendo o motor)

(preparando pra descer o outro motor)

(motor do azul no chão)

(os dois motores no chão)

(azul sem o motor)

(marrom sem o motor)

(serviço finalizado, motor do marrom no Fusca azul)

Levou um dia inteiro, o 78 do meu pai ainda está sem motor, com o motor do meu 67 encostado aqui no canto da garagem. Aproveitei também a oportunidade e já troquei a bateria do meu 67 pra que não faltasse energia. “Vai que a queima não ocorra por completo por causa da bateria, né?” pensei comigo mesmo.

Com tudo no jeito, meu pai se dirigiu ao posto da Controlar que fica na Avenida Aricanduva (não pude ir por causa do meu trabalho, só consegui agendar pra um horário comercial) para a realização da inspeção do Fusquinha com o motor transplantado. E o resultado foooooooooooi… (momento de suspense)

É meus amigos, quando meu pai me contou do resultado, eu juro que nem bravo eu fiquei. Sempre desconfiei que algo de errado tinha. Afinal, quem aqui não conhece alguém cujo carro não passou ou senão já leu uma história daquele carro que é tratado a pão-de-ló pelo dono ser misteriosamente reprovado? E antes que falem, tanto meu pai quanto eu sempre abastecemos no mesmo posto.

Agora irei passar o carro em algum lugar particular onde faz os testes de gases e terei que gastar mais alguns reais tentando descobrir como “regular” ainda mais esse carro pra passar nessa mais do que obscura inspeção, nem que seja preciso guinchar o carro até o posto da Controlar. Prefiro gastar 500 reais deixando o carro emitindo nada de poluentes (mesmo que ele trabalhe no limite critico da falta de combustível) do que pagar mais 50 e poucos reais pra essa empresa Privada.

E por favor, divulguem ao máximo esse caso, postem isso nos forums que vocês frequentam, se quiserem divulgar por email, fiquem a vontade. Precisamos de mais transparência nesse processo, precisamos saber como uma Mercedes-Benz nova não é aprovada, precisamos saber como Civics e Fits são reprovados mesmo sendo carros novos, precisamos saber como o mesmo motor, usando a mesma gasolina, pode ser aprovado em um posto da Controlar e em outro, não.

Obrigado.

Schivas